Se virmos as características dos titulares de cargos de topo das empresas vemos que há um enorme desvio em relação à distribuição geral da população. Serão, por exemplo, esmagadoramente homens brancos de classes altas. A explicação vulgar para este fenómeno é que estas colocações são cozinhadas e que se baseiam no conhecimento pessoal e não no mérito das pessoas ou que há discriminação com base em preconceitos. Estes são provavelmente alguns dos factores, mas vamos esquecer esses e tentar encontrar outro.
Vamos admitir que não há nenhuma razão biológica para pessoas com umas dadas características físicas serem melhores que outras para a tarefa que interessar. Então a capacidade inata está uniformemente distribuída por toda a população. Numa sociedade com educação e saúde estatais as condições de formação serão (muito) grosso modo iguais para todos. Admitindo estas duas coisas o resultado esperado seria um nível de capacidade para desempenhar funções distribuído uniformemente pela sociedade.
Olhando para a sociedade que nos rodeia vemos que a capacidade para desempenhar funções não está bem distribuída da forma que seria de prever. Se virmos qual é o desvio notaremos, aposto eu, que é parecido com o desvio nos cargos de topo das empresas. Assim sendo, estas pessoas estarão a ser escolhidas pelas razões certas. A distribuição da sua escolha corresponderá à distribuição das capacidades presentes na população. É justa.
A situação está claramente errada. A distribuição dos cargos de topo devia seguir a distribuição geral da população. O meu palpite é que o que está errado é muito mais profundo do que um número limitado de escolhas aos mais altos níveis. O grande desvio verificado vem de um desvio geral da sociedade no mesmo sentido; portanto, não vem do grande preconceito de algumas pessoas mas de pequenas doses de preconceito de uma grande parte da população. Todas estas pequenas doses são somadas e produzem um problema social grande e difícil de combater por ser tão espalhado.
domingo, 8 de novembro de 2009
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comentei no blog de Alane Nardi, Bruna Diniz e Carolina Ponzi.
ResponderExcluirÉ, a desigualdade chega a ser ridícula! A manipulação envolvida, em todos os níveis da sociedade, que a torna como é! Gostei muito do teu trabalho, bem diferenciado, simples e tu mostrou muito a tua opinião! Beijos, Bê :*
ResponderExcluirBom Dia... Você se posicionou bem diante do problema tratado, e concordo com as tuas colocações.
ResponderExcluirGrato pela atenção.
Realmente concordo com tudo que você falou, a destribuição de cargos deveriam mudar, está tudo errado! otimo trabalho, conseguiu se expressar bem! beiiijo marcelitcho!
ResponderExcluirGostei de seu artigo, soube se posicionar sobre o tema disigualdade social, mostrando muito da sua opinião que é parecida com a minha.
ResponderExcluirAbraçoo
Marcelo,
ResponderExcluirO texto “Discriminação e Preconceito” traz fatores interessantes para analisarmos. O fato da preponderância de homens brancos ocupando cargos de chefia já é um indicador de preconceito que leva à desigualdade social. Porém, senti falta de uma análise tua enfocando este problema estudado. Poderia ter utilizado o texto e dialogado com o autor, pois sei que teria condições de analisar e explorar o texto escolhido. Mas fica então o questionamento para que possas refletir e se expressar acerca da temática estudada: porque esse preconceito ainda existe e como ele afeta a sociedade?
Um abraço.